Estive pensando e reparei em como as coisas estão diferentes de dois anos atrás. E não estou reclamando! Tou realmente satisfeita com o rumo que as coisas têm tomado. Por que eu vejo coisas que antes não via. Por que eu cresci (não muito, pretendo crescer bem mais). Por que tem coisas que eu consigo entender agora. Por que tem coisas que ainda não fazem sentido, mas ainda assim eu vou continuar tentando compreende-las. Por que as possibilidades aumentaram.
Eu era uma retardada no primeiro ano. Mesmo agora, no terceiro, ainda sou. Não se passou tanto tempo assim para que houvesse mudanças absurdas. Dois anos é um tempo relativamente curto. Mas sei que sou uma retardada um pouco menos pior. Por que eu aprendi algumas coisas que considero importantes. Eu aprendi a parar de julgar tanto. Eu aprendi a não esperar que as coisas dêem errado. Eu aprendi que cada um é responsável por seus erros e suas ações. Eu aprendi a não dar tanta importância e atenção a coisas que não merecem. Eu aprendi que não tenho que ficar sozinha, e que por mais que me decepcione, é melhor correr o risco de ser feliz do que ter a segurança da minha solidão. Eu aprendi que nada é feito pensando única e exclusivamente no meu mal e que as coisas acontecem. Eu aprendi que tenho que pensar em mim às vezes, e que as pessoas podem não se importar tanto quanto eu me importo. Eu aprendi que a culpa não é sempre minha, mas que eu também sou responsável por ver e não me mover. Eu aprendi que a minha felicidade também importa e, acima de tudo, a felicidade de todas as pessoas que amo. Eu aprendi a observar. Eu aprendi a colocar as coisas na balança e aprendi a me livrar de coisas que me faziam mal. Eu aprendi que só ficar no meu canto não é divertido. Aprendi que rir às vezes faz bem. Aprendi a gostar de algumas coisas e aprendi a desgostar de outras. Aprendi que, enquanto eu não descobrir o que eu quero no futuro, basta saber o que quero agora. Aprendi a dormir e a não esquentar tanto. Aprendi que certas coisas vão e vêm, mas que somente as que realmente importam continuam com a gente. Aprendi que não tenho que deixar passar. Aprendi que em vez de ficar parada vendo-os partir, eu mesma tenho que botar o pé na estrada e tomar o meu rumo. Aprendi que crescer é o meu desafio. E eu senti que aprendi muitas coisas em pouco tempo. Os relacionamentos entre os seres humanos sempre foram algo absurdo para mim. “O ser humano não sabe amar. Nenhum homem é capaz de saber o significado da palavra ‘Amizade’. Ninguém nunca vai entender.” A maior estupidez que cometi foi não perceber que esse ‘ser humano’ era eu. Que eu era ‘ninguém’. Que eu ignorei a todos e me isolei. E botei a culpa no pobre do Homo sapiens que nada tem a ver com isso.
Futuramente, sei que olharei para trás, exatamente como faço agora, e verei uma infinidade de erros que não sou capaz de ver nesse instante. Mas é assim que funciona. Eu ainda tenho muito a aprender. |