Lendo. E lendo e lendo e lendo. Livros são coisas magníficas. Sem dá-los a menor chance de defesa, eu os devoro. O último que li foi particularmente sedativo. Li-o sem o menor esforço. Ele me levou numa correnteza ora tranquila e constante, ora furiosa e turbulenta. Independente de como fosse, fui levada – carregada – até a última página de suas folhas salpicadas de letras e parágrafos e mundos... Fico pensando na beleza de um livro... Qual será o seu padrão? O que é um livro bonito? Um livro novo é certamente bonito. Limpo, brilhante, e tem aquele cheiro de recém saído do forno... Mas, oras, um livro antigo é tão ou até mais bonito! Me refiro àqueles velhos, rasgados, sujos, gastos. Esses são os que dão mais prazer de ler. Não existe aquele medo de pegá-lo, podemos segurá-lo com mãos cheias, sem toda aquela preocupação tola com a sua aparência, com aquele amassadinho ou com aquela manchinha besta. Ele parece até macio nas nossas mãos e as páginas têm aquele tom meio sujo, meio vivido, meio acusador de que este é o livro certo, é o livro que você está procurando e você sabe disso, é aquele que vai levá-lo para aquele lugar – que vai deixá-lo naquele transe – onde você pode ver tudo, onde você é o grande olho... Esses livros são os que mais atraem, na minha opinião.
Afinal, não importa. Nada disso importa.
Livros são livros.
Livros são troços incríveis... |